Hércules derrota as Aves do Lago Estínfalo

Aves do Lago Estínfalo, as devoradoras de homens

Em uma densa floresta, localizada na Arcádia, a qual margeava o lago Estínfalo, viviam grandes e cruéis aves de rapina. Sanguinárias, as chamadas Aves do Lago Estínfalo eram monstruosas e suficientemente grandes para bloquearem o sol durante a revoada. Tinham asas de bronze e, como se não fosse o bastante, seu bico e suas garras eram feitas de ferro.

A monstruosidade destas feras aliada a sua numerosidade só poderia acarretar em caos nas imediações do lago. As plantações adjacentes eram devastadas, as pessoas e os animais que se aproximavam eram alvejados por uma saraivada de penas de bronze. Se por uma sorte não eram fatais, as penas ao menos feriam gravemente, possibilitando às aves se banquetearem com suas vítimas.

O expurgo das Aves do lago Estínfalo

Tamanha era a fama das Aves do Lago Estínfalo que mereceram fazer parte dos doze trabalhos de Hércules. Em seu sexto trabalho o herói fora mandado pelo rei Euristeu para livrar o lago de tal praga.

Hércules derrota as Aves do Lago Estínfalo
Pintura: Hércules derrota as Aves do Lago Estínfalo, circa 1872. Gustave Moreau.
Frances Lehman Loeb Art Center.
Fonte: Wikimedia Commons.

Hércules partiu para a cidade de Estínfalo acompanhado por seu sobrinho Iolau. O herói estava protegido com a pele do Leão de Neméia e Iolau portava um denso escudo, contudo, nenhum dos dois precisou se proteger ao chegarem ao lago porque não havia pássaro algum no céu. A tarefa mostrara-se mais difícil ainda pois as aves estavam escondidas na densa floresta. O problema estava em fazer com que todas alçassem voo.

A ajuda de que Hércules precisava veio do céu, enviada pela deusa Atena, que pediu a Hefesto para produzir duas matracas de bronze. O semideus e seu sobrinho rapidamente começaram a fazer barulho com os instrumentos.  A barulheira fez com que os monstros deixassem seus ninhos e entrassem na mira das mortais flechas embebidas de sangue da Hidra. As aves despencaram aos montes e as sobreviventes foram abatidas, perecendo sob o peso de sua clava. Os monstros restantes, de tão amedrontados, fugiram para uma longínqua ilha no mar Negro e, assim, não restou nenhuma das malditas aves no lago Estínfalo.

Bibliografia

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KURY, M. G. Dicionário de mitologia grega e romana. 8.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2009.

STEPHANIDES, M. Hércules. Tradução de Marylene Pinto Michael. 4.ed. São Paulo: Odysseus, 2015.

Imagens

Wikimedia Commons.