Hércules combate a Hidra de Lerna

Hidra de Lerna, o dragão peçonhento

Hércules batalha contra a Hidra de Lerna
Pintura: Hércules batalha contra a Hidra de Lerna, 1620. Guido Reni.
Museu do Louvre.
Fonte: Wikimedia Commons.

Em Lerna, na região da Argólida, havia um pântano que fora formado, possivelmente, em consequência da fonte de Amimone. Era neste pântano, próximo a fonte, que habitava a Hidra de Lerna, nutrida pela rancorosa deusa Hera na esperança de liquidar o poderoso Hércules.

A Hidra de Lerna era um dragão serpente aquático que possuía nove cabeças de cobra. O monstro tinha uma espécie de habilidade regenerativa, ora, se uma cabeça fosse decepada, outras duas nasciam no lugar. Além da aparência aterradora o dragão era extremamente venenoso. Tanto a cabeça do meio, que era imortal, como as demais, exalavam um hálito pestilencial, suficientemente mortal para aniquilar qualquer um que se aproximasse, por isso, a Hidra estava protegida mesmo durante o sono.

Filha de Equidna, a ninfa serpente, com o titã Tifão, tinha por irmãos Ortro, o cão de duas cabeças, Cérbero, o guardião dos portões do inferno, a Quimera, o Leão de Neméia e a Esfinge de Tebas.

O fim da Hidra de Lerna

Hércules combate a Hidra de Lerna
Gravura: Hércules combate a Hidra de Lerna, 1608, Itália. Nicolo Van Aelst, Antonio Tempesta.
Los Angeles County Museum of Art.
Fonte: Wikimedia Commons.

O monstro arrasava a região acabando com plantações, rebanhos e desavisados. Entocava-se nas profundezas do pântano, tornando muito difícil qualquer aproximação, e quando saia escondia-se nas águas e na vegetação. Dada a destruição causada pelo monstro e sua periculosidade, o rei Euristeu escolheu a Hidra de Lerna como o segundo trabalho de Hércules. O herói deveria seguir para o pântano e liquidar o monstro.

Acompanhado de seu sobrinho Iolau, Hércules chegou ao pântano de Lerna, contudo, pediu para o sobrinho que o esperasse, pois a tarefa deveria ser cumprida sem ajuda. O herói procurou, mas foi a Hidra quem o encontrou e tão logo começaram o combate. Durante a luta um caranguejo gigante surgiu em auxílio da Hidra, este era Carcino, que desferiu um golpe cortante contra o pé do semideus. Irritado, o herói esmagou o crustáceo e continuou a lutar.

A intervenção de Carcino foi considera por Hércules como um sinal de que a ajuda poderia ser solicitada. Por fim chamou Iolau e, com sua assistência derrotou o monstro. A cabeça imortal fora decepada e enterrada em um abismo que foi fechado com uma montanha. Antes de partir, Hércules aproveitou a ocasião para banhar suas flechas no sangue do monstro, tornando-as mortalmente venenosas.

O caranguejo gigante Carcino, por ter atrapalhado Hércules, bem como a Hidra de Lerna, foram transformados por Hera, respectivamente, nas constelações de Câncer e de Hidra.

Bibliografia

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Imagens

Wikimedia Commons.