O Leão de Neméia era uma fera enorme, muito maior do que qualquer outro leão conhecido pelo homem, que possuía ossos e couro extremamente duros e, dizia-se ter a força de dez leões. Devido a estas características, o Leão era imbatível, pois, além de sua incrível força natural, também gozava de um poderoso escudo, uma vez que sua pele era impenetrável e, deste modo, nenhuma espada, lança, flecha ou qualquer outra arma mortal, por mais afiada que fosse, conseguia transpassá-la.
Ele era irmão da Esfinge de Tebas, e ambos eram, por conseguinte, filhos de Equidna, a mãe de monstros, com Ortro, o cão pastor bicéfalo. Seus outros irmãos famosos eram a Hidra de Lerna, a Quimera e Cérbero, o cão do inferno, todos filhos do titã Tifão.
Nutrido pela deusa Hera, em uma caverna para então obter sua vingança contra Hércules, o Leão fora por ela levado ao bosque das redondezas da cidade de Neméia, na Argólida. Ali ele aterrorizava o vale atacando ferozmente os rebanhos e quem cruzasse seu caminho, sem fazer distinção entre o gado e os viajantes. Seu rugido causava medo em quem o ouvia e, em muitos casos, era suficiente para afugentar aqueles que se atreviam a caçá-lo.
A derrocada do Leão de Neméia
O Leão de Neméia veio a encontrar seu fim pelas mãos do semideus Hércules. O rei Euristeu havia incumbido o herói de eliminar a fera no primeiro de seus famosos doze trabalhos. Hércules, então, partiu para Neméia em busca do bicho, ali teve uma cansativa luta com o animal mas, por fim, conseguiu matá-lo. Vendo grande utilidade na pele do Leão tentou removê-la. Incapaz de obter êxito ao tentar esfolar o Leão com suas armas amoladas, Hércules então, utilizou-se das garras afiadas do animal para rasgar a grossa pele, que lhe serviu de armadura, bem como a cabeça que transformou-se num elmo poderoso.
Por fim, após sua morte, o Leão de Neméia foi transformado na constelação de leão por Zeus, para imortalizar a conquista de seu filho.
Bibliografia
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